quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Protocolo de Quioto não pode ser peça de ficção, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (21) que o Protocolo de Quioto não seja“uma peça de ficção assinada e esquecida pelos países na gaveta”.

“É muito fácil assinar documento e depois esquecer na gaveta, e também é muito fácil alguns países, que são os maiores poluidores, tentarem transferir a responsabilidade de cuidar do planeta aos países pobres”, afirmou Lula, ao discursar no Fórum de Legisladores do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia) e países emergentes sobre mudanças climáticas.

Lula disse que os países ricos não cumprem os protocolos internacionais de meio ambiente. “Os protocolos internacionais só servem para os países pobres cumprirem. Os ricos não querem cumprir e, com a maior desfaçatez, arrumam argumento para não cumprir.”

A uma platéia formada por representantes de diversas nações, Lula afirmou que os países poluidores têm que dar uma contrapartida para que as nações pobres preservem o meio ambiente. “Como poderemos pedir aos países pobres que façam o sacrifício que os outros não fizeram, sem que haja contrapartida econômica para que as pessoas percebam que preservar o meio ambiente lhes garantirá meios de sobrevivência e renda?”, questionou.

Ao falar dos biocombustíveis, o presidente reafirmou que as plantações para produção dessa fonte de energia não irão ocupar áreas destinadas à produção de alimento, nem desmatar a Amazônia. “Dizíamos [ao iniciar o projeto], com vários documentos, que era impensável imaginar que iríamos ocupar ou a área amazônica para produzir biocombustíveis ou que iríamos substituir a produção de alimentos.”

O Protocolo de Quioto é um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, causa do aquecimento global.

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