quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Lula mais uma vez no Tocantins

Presidente voltou a criticar os que davam palpite sobre o Brasil.
Para Lula, sistema financeiro deslocado da realidade 'não vale nada'.

Do G1, em São Paulo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a culpar, nesta quinta-feira (5), bancos e instituições internacionais que, segundo ele, “davam palpite” sobre a economia brasileira como se fossem “especialistas do planeta”, pela crise financeira internacional.

Para o presidente, “todos [os que deram palpite] tomaram na cabeça porque estavam ganhando dinheiro fora da economia real, porque estavam especulando, porque elevaram o preço do petróleo a US$ 150 sem nenhuma explicação e derrubaram para US$ 40 também sem nenhuma explicação.”

De acordo com Lula, se o sistema financeiro americano “estivesse fazendo o que faz o sistema financeiro brasileiro, sobretudo os bancos públicos, investindo na produção”, não teria havido a bolha de especulação que deu origem à crise.

“Se o sistema financeiro mundial tiver descolado naquilo que é a razão de ser de uma nação e de um povo: do trabalho, da construção, da produtividade, esse sistema financeiro não existe e não vale nada”, criticou Lula, durante a inauguração da usina hidrelétrica de São Salvador, no Tocantins.

Durante o discurso, o presidente criticou o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial que, segundo ele, “tinham solução para nós [brasileiros] e não têm para eles”. Lula também criticou empresas de avaliação de risco que “medem o risco do Brasil e não medem dos Estados Unidos e da Alemanha”.



'Pepinaço'

Ao exortar os brasileiros a continuarem a comprar e reafirmar que o Brasil é o país “mais preparado” para enfrentar a crise financeira, Lula disse que reza todo dia pelo presidente dos EUA, Barack Obama que, segundo ele, está com “um pepinaço” na mão.

Lula também repetiu que “não há nenhuma razão para se ter medo da crise” e comparou o atual momento da economia a uma “doença”. “As pessoas às vezes são levadas ao pânico por terrorismo, que são sentidos toda hora nas nossas conversas. É como doença, sempre se agrava um pouco mais”.

Para o presidente, é preciso agir como um médico. “O que nós temos é que ser como um médico, que diante de uma cirurgia que tenha que fazer, por mais delicada que seja, sabe que não pode tremer, errar e saber que tem de salvar a pessoa”, disse.

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