quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

REUTERS - 15.01.2008 19:41
Ministério da Saúde confirma cinco mortes por febre amarela
Por Julio César Villaverde
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira a morte de cinco pessoas por febre amarela, incluindo um cidadão espanhol, ao mesmo tempo em que milhares de pessoas, com medo de um surto da doença, formavam filas nos postos de saúde atrás de vacinas.
Os casos atingiram pessoas que viajaram a zonas de risco em áreas rurais e não estavam imunizadas, disse um porta-voz do ministério. Elas contraíram a chamada febre amarela silvestre, que afeta macacos e é transmitida por mosquitos aos humanos.
Outra pessoa foi contaminada, mas ela está sendo tratada, acrescentou o porta-voz. Até terça, um total de 27 possíveis casos da doença foram reportados ao ministério. Desses, seis foram descartados e 15 ainda estão sob investigação.
O Ministério da Saúde havia confirmado, até segunda, apenas três casos de febre amarela, com duas mortes.
Entre as novas vítimas confirmadas está o espanhol Salvador Pérez, de 41 anos, que faleceu no final de semana após visitar uma área rural em Goiás, no centro-oeste do país.
Outros casos confirmados correspondem a um empresário, morto há uma semana no Paraná, e a uma moradora de São Paulo, que visitou Goiás.
As autoridades salientaram que a febre amarela urbana, transmitida de pessoa a pessoa, foi erradicada do Brasil em 1942, e desde então só tem sido registrada a modalidade silvestre. Em ambos os casos, os vetores são os mosquitos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse no domingo na televisão que "não há risco de epidemia" no país.
Segundo o ministério, os casos registrados nos últimos anos são de pessoas não vacinadas, que foram infectadas em áreas de risco. O governo exortou a população a se vacinar somente se viajar para essas regiões.
Mesmo assim, longas filas se formaram nos postos de saúde em todo o país, e somente em Goiás e no Distrito Federal se vacinaram quase 2 milhões de pessoas nos últimos dias, disse o porta-voz do ministério.
Segundo as autoridades, entre 1996 e 2007 o Brasil registrou 349 casos de febre amarela silvestre, com 161 mortes. Em 2007, foram notificados seis casos da doença, com cinco óbitos.
Apesar de ter descartado uma epidemia, o governo adotou medidas para prevenir o contágio. As autoridades advertiram sedes diplomáticas sobre a necessidade de vacinação de pessoas que viajem a áreas de risco.
Entre outras medidas está um pedido feito na semana passada à Fundação Oswaldo Cruz, que fabrica a vacina, para que duplique a produção de doses em 2008 para quase 30 milhões.

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