quinta-feira, 12 de março de 2009

Dilma e seu maior desafio: viabilizar projeto nacional

Para a historiadora Selma Rocha, diretora da Fundação Perseu Abramo, uma vez eleita, o maior desafio da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata a presidência da República, não é o preconceito em relação às mulheres. “O que está em questão é (viabilizar) um projeto nacional” que corrija as desigualdades no Brasil, comentou a historiadora com exclusividade para meu site, na série de notas e entrevistas relativas ao Dia Internacional da Mulher, comemorado domingo (08.03).
Selma Rocha“Dilma é uma das pessoas centrais do governo no sentido de defender um modelo de superação de desigualdades, ancorado na idéia de que você precisa fortalecer o emprego e o mercado interno”, avalia a historiadora.

Militante desde a fundação do PT, Selma deu início a sua trajetória no teatro, questionando a arte engajada. “Minha primeira atividade política, aos 15 anos, foi ir à missa (culto ecumênico) pela morte do Wladimir Herzog” (jornalista assassinado sob tortura dentro do DOI-Codi de São Paulo), lembra Selma.

Lei não reduz a discriminação

A diretora da Fundação Perseu Abramo considera importante a lei que definiu um mínimo de 30% de candidatas em cada partido, mas acredita que o mecanismo é insuficiente para combater a discriminação sofrida pelas mulheres.

Para ela, o problema está nas difíceis condições de igualdade de participação política para as mulheres, ainda longe de serem superadas: “A participação das mulheres tem impedimentos que refletem uma desigualdade mais profunda, e não só política. É a desigualdade de direitos entre homens e mulheres na sociedade”, ressalta a historiadora.

A presença feminina na política também tem um papel ainda mais amplo, como Selma destacou: “A maior participação das mulheres vai enriquecer muito a democracia e a vida social. A perspectiva que as mulheres trazem de suas experiências para o mundo social são muito importantes”, avalia.

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