quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mantega: Novo presidente do Banco do Brasil deve aumentar crédito e baixar juros

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (8) que o novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, deve aumentar o volume de crédito liberado pela instituição.

Bendine assumirá o cargo no dia 23 de abril, em substituição a Antonio Francisco de Lima Neto, cuja saída foi anunciada hoje.

"O Aldemir Bendine assume com um contrato de gestão em que vai se comprometer a agilizar a liberação de crédito, concorrer com os grandes bancos e incorporar novos clientes, aproveitando essa vantagem que tem o Brasil em relação a outros países", disse Mantega.

"Vamos perseguir metas de volume de crédito, ganhar 'market share' [espaço no mercado] em relação aos outros bancos. Para isso, você tem de continuar o que está fazendo, que é baixar as taxas de juros", disse o ministro.

Mantega afirmou que Lima Neto já havia pedido para deixar o cargo há algumas semanas. Ele irá agora assumir outro cargo dentro do BB.

Segundo o ministro, os acionistas do BB podem ficar tranqüilos, pois a instituição vai continuar dando lucro.

"Vamos aumentar os volumes de crédito, mas dentro dos padrões de segurança. Acho que somos às vezes até mais rigorosos do que o setor privado. Vamos manter essas práticas de segurança, porém vamos aumentar o crédito e disputar com os outros bancos para ver se nós baixamos o spread no país. O banco vai ganhar com um volume maior de crédito."

O novo presidente do BB afirmou que não possui vinculação com nenhum partido político. "Não sou filiado ao PT e não tenho nenhuma vinculação partidária."

Ele disse também que irá trabalhar para acelerar a queda dos juros praticados pela instituição. "Quanto à questão dos juros, isso é algo estabelecido. Vamos combater, com a queda do spread e o aumento do volume", disse o novo presidente do BB.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu fazer a troca porque estava insatisfeito com o trabalho de Lima Neto, que assumiu o cargo em dezembro de 2006. Lula vem pressionando as diretorias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal desde o ano passado para reduzir juros e o "spread" bancário - diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos aos clientes.

Hoje, o presidente disse que a queda dos juros é sua "obsessão".

"A redução do 'spread' bancário, neste momento, é uma obsessão. O Guido Mantega sabe disso, o Banco do Brasil e a Caixa sabem disso", afirmou Lula. "Não há nenhuma necessidade de o 'spread' bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e, obviamente, quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas."

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