quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mantega:Pior já passou e economia terá aquecimento no 2º semestre

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (15) na Câmara que o pior período da crise "já passou" e que os indicadores apurados nas últimas semanas demonstram melhora no sistema de crédito internacional, foco inicial da crise mundial.

"Nós notamos algumas melhorias nesse segmento, embora ainda não tenha sido equacionado o problema dos ativos tóxicos, lastreados em hipotecas e em outras aplicações temerárias, porém o mercado está mais calmo, o crédito interbancário está melhor e começa a financiar a produção", declarou ele, em audiência pública.

O ministro previu que a economia no primeiro semestre de 2009 continuará menos aquecida, mas terá uma aceleração no segundo semestre. Mantega projeta que, no quarto trimestre do ano, o PIB registre um crescimento entre 3% e 4%, na margem. Com isso, o ministro destacou que deve ser garantido um PIB positivo para 2009, o que evitará o desemprego. Mantega afirmou que a economia deve gerar menos emprego, mas que o saldo será positivo em 2009.

Mantega também destacou que neste início de 2009, houve uma recuperação importante da economia, depois das dificuldades enfrentadas no final de 2008. Ele disse que os preços das commodities estão melhorando, o que, combinado com a valorização do real, deve garantir um rendimento razoável para a agricultura brasileira. Ele disse que a safra agrícola de 2009 deve ser a segunda maior da história. Mantega destacou ainda que a oferta de crédito está aumentando. "Ainda não é o desejável, mas a cada dia estamos tomando medidas nessa direção", disse o ministro.

Mantega reiterou ainda que o Brasil deverá ser um dos primeiros países a superar os efeitos da crise financeira, por conta das medidas "anticíclicas" adotadas pelo governo, como a redução nos juros básicos, flexibilização da política monetária motivada pelo aumento da oferta de crédito e algumas medidas fiscais como a redução de tributos e aumento de investimentos.

Segundo ele, nas crises anteriores, a economia do País era mais frágil e agravava a crise, pois provocava fuga de capitais dos investidores internacionais. "Com isso, o governo elevava a taxa de juros para segurar a fuga de capitais, a dívida pública subia e, para compensar, o governo cortava gastos e investimentos, derrubando a atividade e o PIB".

A audiência, promovida pelas comissões especiais que analisam os efeitos da crise e pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Finanças e Tributação, está sendo realizada no plenário 2.

Liderança PT/Câmara

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