sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Lula proporá na reunião do G-20 mudanças no sistema financeiro mundial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer novas regras para o sistema financeiro mundial e também maior participação dos países em desenvolvimento na gestão dos organismos encarregados de gerir as finanças mundiais. Essa posição será comunicada amanhã, em Washington (EUA), na Cúpula sobre Mercados Financeiros e Economia Mundial, com a participação dos Chefes de Estado e de Governo dos países que compõem o G-20 financeiro. O principal objetivo da reunião é estabelecer novas regras para assegurar a estabilidade financeira e econômica mundial

Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, o Brasil defende a realização de “ mudanças na estrutura da governança financeira mundial, a fim de dotar as instituições financeiras internacionais de maior legitimidade e representatividade. A atual estrutura dá pouca voz e participação aos países em desenvolvimento, que, no entanto, não estão sendo poupados dos efeitos da crise.”

O Brasil, ainda segundo a nota, entende que as primeiras medidas tomadas pelos Governos começaram a surtir efeitos positivos, mas “ avalia ser imperativo normalizar os canais de crédito e os fluxos financeiros, a fim de limitar os impactos sobre a economia real”. O Brasil também apóia a implementação de políticas anticíclicas, visto que uma recessão aguda traria conseqüências particularmente sérias para os países em desenvolvimento.

O presidente Lula chefiará a delegação brasileira, integrada também pelo chanceler Celso Amorim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Antônio de Aguiar Patriota.
Na avaliação do deputado José Genoino (PT-SP) é preciso ver a cúpula com um “otimismo moderado”, mas ele acredita em possibilidades de mudança para enfrentar a “desordem mundial do modelo neoliberal”. Nesse aspecto, Genoino vê um papel preponderante do presidente Lula, que desde o início de seu primeiro mandato, em 2003, vem propondo mudanças no controle e fiscalização dos mercados financeiros mundiais, que se transformaram “em verdadeiro cassino à sombra do neoliberalismo”.
“Lula propõe também reformas dos organismos como o FMI e o Banco Mundial e, em seus últimas intervenções em foros mundiais, como na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, voltou a insistir no tema e consolidou sua liderança no plano global. Essa liderança com certeza terá um papel preponderante nas discussões do G-20 financeiro”, disse Genoino.
A Cúpula do G-20 Financeiro foi convocada pelo Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com o objetivo de tratar da crise dos mercados financeiros e da economia mundial. O G-20 financeiro é um foro informal que reúne Ministros das Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais de países desenvolvidos e em desenvolvimento para discutir a estabilidade econômica global. O grupo foi criado em resposta às crises econômicas do final dos anos 1990. São membros do G-20 os seguintes países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. A União Européia também está representada no Grupo. Agência Informes (www.ptnacamara.org.br)

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